domingo, 12 de abril de 2009

Comunicação com o São MAnuel

Ola ocupação Manuel Congo
Aqui quem fala é Fredynho.
Venho aqui como indivíduo e como Dulcynelandico. Antes de qualquer coisa parabéns pela conquista do prédio do INSS, que nós nos CHUTES acompanhamos. Fico feliz porque já vi um prédio com uma ocupação que não deu certo, mas que gerou o Movimento Bixigão. E agora vendo o feito de vocês se torna cada vez mais próximo a realização concreta de um projeto inovador, agregando moradia e cultura.
E como vocês se lembram nós iniciamos a ocupação na frente do teatro Dulcina juntos, e sempre projetamos que o teatro fosse e será uma universidade, um centro de pesquisa para a ocupação, que representa os trabalhadores e moradores do Rio de Janeiro. Não que seja restringido só a ela, mas que os tem como público alvo e principal. Afinal, o prédio Manuel Congo é de frente para o teatro Dulcina. E qualquer artista ou órgão público responsável por educação ou cultura que não enxergar isso, não está presente nesse momento importante para a política cultural e para a cabeça dos artistas.
Nossa saída do Rio - essa parte que veio para São Paulo - , veio na missão de conseguir abrir o teatro fazendo e montando A MORTA à distância.
Como?
Em São Paulo contamos com o apoio do Movimento Bixigão. Trabalho do qual fiz parte em sua nascença. Trabalho que foi iniciado com o livro OS SERTÕES de Euclides. Fizemos do livro o início da uma universidade livre que se chama Movimento Bixigão, hoje ponto de cultura. Os Sertões história de Canudos, só para lembrar, foi o primeiro assentamento de sem terra, ou melhor dizendo, depois de sua destruição total o que restou e nasceu de Canudos como força sertaneja de vida foi o propulsor do que conhecemos hoje como Movimento dos Sem Terra.
A parceria com o Bixigão é para fortalecer a briga sobre o teatro de estádio em São Paulo, mais as idéias espalhadas pelo país sobre Universidades Livres.
No início do ano o atual presidente da FUNARTE Sérgio Mamberti, a par da nossa luta a favor da abertura do Dulcina como um espaço diferente dos espaços de criação e teatro do Rio, nos convocou para uma reunião. Onde ele nos declarou que não poderia abrir o teatro para iniciar um trabalho lá dentro. E nós sabendo de todos os tramites burocráticos estruturais do teatro propusemos alternativas que foram encaminhadas da seguinte forma.
Como a FUNARTE não quer mais que façamos o que eles chamaram de “voluntarismo”, fomos encaminhados ao Marcelo responsável pelos espaços da FUNARTE no país, para em comunicação com ele podermos contribuir nas idéias de como seria o teatro Dulcina num outro formato vivo de atuação na Cinelandia. Com a parceria do Bixigão, temos o mínimo de estrutura material para desenvolver as universidades, desenvolver trabalhos, aulas e etc. Terminando a primeira parte da peça A MORTA- O PAÍS DO INDIVÍDUO- levaremos ao Rio esse material onde declararemos que para que o trabalho se inicie no Rio seria preciso de o mínimo de estrutura para os artistas que querem trabalhar na porta do teatro como uma universidade livre, como está sendo o Bixigão em São Paulo. Essa estrutura material seria para um trabalho de oficinas com a Ocupação Manuel Congo. Assim estaríamos contribuindo para que o prédio de vocês abarcassem essa estrutura como se estivéssemos dentro do teatro. E esperamos que o Sergio Mamberti matenha sua palavra para que possamos começar um trabalho com o mínimo de estrutura já que eles disseram que não queriam que fizéssemos esse “voluntarismo”. Para isso e pensando nisso gostaríamos que vocês ficassem a par desse momento. Que assim como vocês que se estruturam, nós agora também nos preparamos para implantar algo aí no Dulcina que sejam para os artistas e principalmente a Ocupação. Sem distinção de cultura, religião ou o que for. E sim a favor de uma outra forma de desenvolver obras artísticas e educação.
E claro, vai depender da nossa relação para podermos ter essa conquista para a cultura. Um Bixigão na porta do Dulcina, com vocês. Para isso estamos aqui em São Paulo afim de ampliar a dimensão da atuação do próprio teatro Dulcina. Ficam aí no rio Karina e Alexandra trabalhando no patrimônio imaterial da Dulcina que fortalecerá nossa atuação em prol do teatro ainda abandonado. Estamos em fase inicial de final do primeiro quadro, onde apresentaremos o processo pela primeira vez em São Paulo com teste-ensaio aberto – como os que eram feitos nos Chutes porém com estrutura – faremos uma participação na virada cultural, evento importante que faz São Paulo funcionar 24 horas num final de semana; e esperamos assim poder difundir o trabalho desejado a ser feito na porta do Dulcina, assim como o projeto de moradia de vocês que é uma grande conquista. E depois de maio, vamos ao Rio para pedir essa estrutura à FUNARTE e iniciar os trabalhos. Não é uma estrutura para os artistas do Dulcynelandia, e sim uma estrutura para se trabalhar com a ocupação Manuel Congo cultura e educação. Então esperaremos a resposta que vai ditar a continuidade dos trabalhos, e o surgimento do Segundo Quadro.
Queremos que vocês estejam participando disso.
Espero que agente consiga manter nossa relação pela cultura e educação a ser colocada nessa porta para adentrar o teatro. Pois se em São Paulo conseguimos fazer o Bixigão ser um trabalho que caminha hoje, o Rio merece, a Ocupação pela luta de vocês merece uma estrutura diferente para o Dulcina.
Muitas saudades de todos
Fica meu carinho e agradecimento
Ao prédio inteiro
E aos mais próximos
Lurdinha, Pequeno, Raquel, Maxwell, todos os adolescentes que ficavam na porta assistindo os CHUTES...
Todo amor
Fredy Állan
M.D.

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